Educação a distância: como implementar essa tecnologia de videoaulas

24 de junho de 2019

Seja com papel e caneta, ondas radiofônicas ou as quase extintas fitas VHS, a educação a distância vem há muito tempo vencendo barreiras geográficas e temporais para suprir a necessidade (e a vontade) de estudar de várias pessoas distantes dos grandes centros urbanos.

Hoje, porém, essa modalidade de ensino ganha contornos mais e mais modernos à medida que a tecnologia se desenvolve. Com isso, além de a educação conseguir alcançar cada vez mais gente em localidades cada vez mais remotas, o próprio modelo de ensino à distância se torna mais eficiente.

Uma das tecnologias que contribuem para isso é a videoconferência. Muito usada pelo mundo corporativo para reduzir custos com reunião e deslocamento e até mesmo na comunicação interpessoal, as videoconferências também podem ajudar e muito no projeto pedagógico de um curso a distância.

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O que é educação a distância?

Apesar de estar ganhando popularidade recentemente com o desenvolvimento da tecnologia, a educação a distância (também conhecida como “ensino a distância” ou EAD) é regulamentada desde a década de 1990.

Atualmente, o Ministério da Educação (MEC) define o EAD como um formato de ensino no qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem (ou seja, a atuação dos professores) acontece por meio de tecnologias de informação e comunicação, de forma que alunos e corpo docente possam estar em lugares e momentos distintos.

Na prática, isso significa que o aluno pode acompanhar as disciplinas e o conteúdo educacional remotamente, sem precisar se deslocar até a sede da instituição para ter aulas. Ainda assim, o MEC determina que algumas atividades devem ser feitas presencialmente:

  • avaliações do estudante;
  • atividades de laboratório;
  • estágios obrigatórios; e
  • defesas de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC).

Assim, por mais que esteja matriculado em um curso a distância, o aluno ainda precisará comparecer em certa medida à instituição, apenas com uma frequência menor.

Como funciona o EAD?

Como já adiantamos, no ensino a distância o aluno tem acesso às aulas e ao material educativo remotamente, seja por meio da televisão, de correspondência ou, mais popularmente nos dias de hoje, pela internet. O estudante, então, pode assistir às aulas ou fazer uso do conteúdo quando e onde for melhor para ele, desde que cumpra os prazos estipulados pela instituição para a entrega de trabalhos e atividades.

Em alguns pontos do curso, como em avaliações e trabalhos práticos, será necessário que ele se desloque até o chamado polo de apoio presencial, o espaço físico no qual funcionam as atividades administrativas da instituição.

O polo de apoio também deve oferecer infraestrutura física e logística para o atendimento aos alunos, além de ser equipado com laboratórios de pesquisa e de informática, biblioteca e outros recursos compatíveis com os cursos ofertados.

O EAD vale menos que os cursos presenciais?

Para o MEC, os cursos presenciais e a distância têm o mesmo peso, não havendo distinção entre a validade dos diplomas obtidos em cada uma das modalidades. Apesar disso, muitas pessoas ainda enxergam o EAD como um formato de menor qualidade do que o ensino presencial, ou têm dúvidas quanto à competência dos professores, à eficácia do método de ensino ou mesmo à seriedade da instituição que oferece o curso.

Essas dúvidas se fundam em um desconhecimento da legislação que rege a educação a distância, uma vez que os professores de um curso dessa modalidade devem cumprir os mesmos requisitos de qualificação e formação que aqueles do ensino presencial.

Além disso, as instituições ofertantes também passam por uma avaliação rigorosa do Ministério e devem contar com uma infraestrutura de qualidade e compatível com o curso oferecido para poderem se credenciar, mesmo aquelas que já atuam na educação tradicional. A duração do curso a distância também precisa ser a mesma de seu equivalente presencial.

Assim, por mais que existam, sim, faculdades e escolas menos comprometidas com a qualidade do ensino, basta uma pesquisa atenta no site do MEC para evitá-las — assim como já acontece na educação tradicional.

Por fim, vale mencionar ainda que o modelo do EAD privilegia uma educação colaborativa e incentiva um aprendizado ativo por parte dos seus alunos. Como é o estudante que faz os seus próprios horários, cabe a ele determinar o grau de engajamento e importância que dará às aulas.

Obter um diploma no ensino a distância exige comprometimento, disciplina e um determinado grau de proatividade que não necessariamente será requisitado dos alunos do modelo presencial.

Quais são as tecnologias usadas no EAD?

Se voltarmos à definição de EAD do Ministério da Educação, vamos nos deparar com o termo “tecnologias da informação e comunicação”, ou TIC.

Essa expressão diz respeito a todos os recursos tecnológicos que medeiam o processo de comunicação e de troca de informações entre os seres, incluindo tanto o hardware (sua parte física, como cabos e microchips) como o software e as lógicas próprias a cada meio de comunicação.

Ao condicionar o ensino a distância à aplicação das TIC, o MEC possibilita que uma ampla gama de recursos seja utilizada pelas instituições que optam por essa modalidade. A seguir, vamos conhecer melhor alguns deles:

Videoaulas

As videoaulas são o primeiro formato que vem à mente da maioria das pessoas quando falamos em educação a distância. Afinal, elas se popularizaram tanto que são abundantes em plataformas de vídeos como o YouTube, mesmo quando não se trata de um curso da educação formal sancionado pelo MEC.

Ainda, o formato é muito explorado pelos chamados massive open online course (MOOC, ou “curso online aberto e massivo).

Mas por que ele tem tantos adeptos?

Um forte motivo para isso é a ascensão do conteúdo audiovisual de maneira geral na internet. Dados da comScore indicam que 86,5% dos usuários de internet do Brasil consomem conteúdo em vídeo. Ainda, segundo a pesquisa Internet Trends 2017 da KPCB, a expectativa é que, neste ano, esse formato corresponda a 74% de todo o tráfego na internet.

Assim, as videoaulas são uma maneira de conquistar a atenção e facilitar a comunicação com um público já acostumado a consumir conteúdo nesse formato.

Além disso, trata-se de um recurso multimodal — ou seja, com ele o educador pode lançar mão de imagens, textos, sons, animações, e combinar todos esses elementos de maneira que a explicação fique o mais didática e clara possível.

Ambiente virtual de aprendizado (AVA)

O ambiente virtual de aprendizado, ou AVA, não é uma exclusividade da educação a distância. Muitas de suas funcionalidades são utilizadas pelos cursos presenciais, como o envio de algumas tarefas, o lançamento de notas e até mesmo o disparo de comunicados para alunos.

Porém, o AVA ganha uma centralidade maior no EAD, uma vez que, neste caso, não existe uma sala de aula física para propiciar o encontro entre a turma. Assim, é nele que serão centralizadas as informações a respeito do curso ou da disciplina e que ocorrerá a maioria das interações entre alunos e professores.

Para isso, o sistema deve contar com algumas funcionalidades básicas, como:

  • criação de perfis para seus membros;
  • calendário de atividades;
  • suporte a arquivos de formatos diversos para o envio de materiais didáticos e trabalhos;
  • ferramentas de comunicação, como fóruns de debate e chats.

Quando bem utilizado, o AVA pode servir também como espaço para a formação de uma comunidade dos alunos matriculados em um determinado curso ou disciplina. Assim, ele estimula um aprendizado ativo e colaborativo, enriquecendo as aulas oferecidas pela instituição com debates e referências trazidas pelos próprios alunos.

Biblioteca virtual

Por mais que a instituição de ensino tenha uma biblioteca física em seu ponto de apoio, a realidade é que estes livros não estarão acessíveis aos seus alunos durante a maior parte do curso. Para driblar essa limitação, uma boa saída é investir uma biblioteca virtual.

Existem algumas medidas simples para compor o acervo. A instituição pode, por exemplo, investir em livros didáticos digitais (os chamados “e-textbooks”). Além de terem um custo baixo de produção e praticamente nulo de distribuição, esse formato permite enriquecer o texto com links para conteúdos e referências adicionais, além de serem mais facilmente atualizáveis do que os livros físicos.

Outra ideia é disponibilizar apresentações de slides, imagens ou mesmo transcrições da narração das videoaulas, para que o aluno possa estudar da maneira que preferir.

Ainda, a instituição pode fazer parcerias com editoras acadêmicas ou lançar mão de plataformas já existentes que compartilham livros gratuitos legalmente, como o Project Gutenberg.

E-mail

Mesmo com tantas tecnologias disponíveis, o e-mail continua sendo uma das ferramentas mais poderosas para que a instituição de ensino se comunique com seus alunos. Os motivos para isso são muitos; em primeiro lugar, porque o hábito de checar a caixa de entrada (em alguns casos várias vezes por dia) já está consolidado na maioria das pessoas, o que garante que a mensagem será prontamente visualizada.

Além disso, por melhor que seja a usabilidade do AVA escolhido pela instituição, algumas pessoas podem ter dificuldade ou mesmo resistência para se adaptar ao sistema. Assim, pode ser mais eficaz utilizar uma ferramenta que já é conhecida pelos alunos. Ainda, caso o sistema saia do ar por qualquer motivo, é importante contar com outro canal de comunicação.

O e-mail também pode ser utilizado pela instituição para compartilhar informações importantes relativas a questões administrativas, como datas de matrículas ou de pagamento de mensalidade. Dessa maneira, ela pode deixar o ambiente virtual de aprendizado reservado exclusivamente para o conteúdo e as tarefas relativas ao curso, evitando que o aluno se desorganize ou perca informações importantes em meio ao excesso de mensagens.

Videoconferência

Apesar de o nome ser relativamente parecido, é importante não confundir as videoaulas com as videoconferências. Ambas são recursos audiovisuais e permitem lançar mão de elementos de naturezas distintas; porém, enquanto as videoaulas são gravadas anteriormente ao momento de estudo, as videoconferências acontecem ao vivo.

Dessa maneira, a videoconferência se configura como uma tecnologia de comunicação em tempo real, o que confere a ela algumas vantagens. A mais marcante delas é a possibilidade de interação entre os participantes.

Enquanto na videoaula o aluno só tem acesso ao conteúdo gravado e precisa de outro canal para entrar em contato com o professor, em uma videoconferência ele pode verbalizar suas dúvidas assim que elas aparecerem, esclarecendo plenamente um certo ponto do conteúdo antes de seguir adiante.

Vamos conhecer melhor as outras vantagens da videoconferência e suas aplicações na educação a distância no próximo tópico.

Como a videoconferência funciona no EAD?

história da videoconferência não surge atrelada à ideia de educação a distância. Na verdade, os primeiros esforços e investimentos nessa tecnologia foram realizados pelo mundo corporativo, em busca de uma maneira de viabilizar reuniões e seminários com profissionais alocados em pontos distintos e, assim, economizar recursos.

Ainda assim, essa tecnologia é especialmente útil ao EAD, uma vez que é a ferramenta que mais se aproxima do cenário da sala de aula tradicional. De um ponto de vista pedagógico, as videoconferências são especialmente úteis por propiciarem um foco no diálogo entre professores e alunos, possibilitando uma conversa em duas vias e um grau maior de interação do que outras ferramentas.

De maneira geral, podemos falar em 2 tipos principais de videoconferência que podem ser utilizados: o ponto a ponto e o multiponto.

No primeiro caso, são conectados apenas 2 polos distantes, como duas salas de reunião ou um auditório e a localidade do palestrante.Já no segundo, várias pessoas se conectam entre si, cada uma a partir de um ponto de acesso distinto.

Cada tipo de videoconferência tem suas vantagens e desvantagens e pode ser melhor aplicado para situações específicas. Vamos conhecê-las melhor:

Aplicações dessa tecnologia na educação a distância

Palestras e aulas programadas

A primeira possibilidade de uso de videoconferências na educação a distância é a realização de aulas remotamente. A instituição pode determinar um horário específico, assim como acontece no ensino presencial, para as aulas acontecerem rotineiramente. Outra ideia é marcar um número específico de videoconferências com os professores para explicar conteúdos mais complexos ou esclarecer dúvidas.

Nesse caso, o ideal seria adotar o modelo multiponto, com cada aluno fazendo login no sistema de videoconferência da instituição da sua própria localidade e o professor utilizando a infraestrutura do polo de apoio.

Outra possibilidade é utilizar a tecnologia para realizar palestras e seminários com grandes nomes da área que não possam comparecer presencialmente. Nessas situações, uma boa ideia é aproveitar os momentos em que os alunos já precisam comparecer ao polo de apoio e realizar uma videoconferência ponto a ponto. Os alunos podem se reunir em um auditório ou sala de reunião da instituição e o palestrante se conecta a partir de onde estiver.

Nesses casos, a videoconferência pode ser até mais proveitosa do que uma palestra presencial. Isso porque, já que o expositor não consegue ver todos os alunos com a mesma clareza que teria se estivessem no mesmo ambiente, ele precisa interagir mais dinamicamente com os alunos, a fim de não perder o contato.

Orientações individuais

As videoconferências ponto a ponto também podem ser utilizadas para substituir ou complementar outras ferramentas de comunicação com os os professores, como os fóruns de discussão, os e-mails e os chats.

Nos dois primeiros casos, por não se tratar de tecnologias de comunicação em tempo real, o estudante precisará aguardar um determinado período antes de sanar sua dúvida. Isso pode atrasar o desenvolvimento de atividades e ser especialmente prejudicial para aqueles alunos que não dispõem de muito tempo para se dedicar ao curso, como é o caso de muitos discentes do ensino a distância.

Já o chat, apesar de permitir um diálogo instantâneo, está limitado ao uso de textos, o que pode causar falhas de comunicação e até mesmo inibir alunos que não se sentem confortáveis em se expressar por escrito. As videoconferências resolvem esse problema e permite uma comunicação mais clara e dinâmica, uma vez que acrescentam também elementos como entonação e linguagem corporal ao diálogo.

Assim, essa ferramenta elimina a necessidade de esperar por um dos encontros presenciais para ter um contato mais próximo com os professores. Ela é especialmente útil também para alunos realizando Trabalhos de Conclusão de Curso, que precisam de um acompanhamento mais de perto por parte de seus orientadores.

Realização de trabalhos em grupo

Se no ensino presencial muitos vezes já é difícil conciliar horários e disponibilidades para que o grupo se reúna, no ensino a distância, em que os alunos podem estar em cidades distintas, essa dificuldade é ainda maior. Assim, outra possibilidade é disponibilizar uma solução de videoconferência para a realização de trabalhos em grupo.

Essa solução pode estar associada ao ambiente virtual de aprendizado, por exemplo. Dessa maneira, os alunos podem encontrar com mais facilidade os arquivos e direcionamentos necessários para a realização das atividades.

Além disso, os alunos não precisam criar contas em outros serviços (como o Skype) nem compartilhar seus usuários pessoais com os colegas. Basta utilizar o perfil cadastrado no AVA, resguardando a privacidade dos estudantes e mantendo as informações relacionadas ao curso organizadas e centralizadas em um só lugar.

Vantagens e dificuldades da videoconferência

Como já citamos, o uso de videoconferências traz uma série de facilidades que faz com que ela seja ideal para o estudo a distância. Em primeiro lugar, ela permite a economia de tempos e recursos, principalmente no que diz respeito ao deslocamento. Dessa maneira, ela permite que os alunos do EAD tenham uma experiência de aula mais próxima do ensino presencial.

Sua maior vantagem em relação às videoaulas é a possibilidade de participação e cooperação durante a exposição do conteúdo. Os alunos não só têm a possibilidade de sanar suas dúvidas em tempo real quanto podem enriquecer a explicação com exemplos da sua própria vivência, além de trocar informações e entendimentos com outros colegas, o que não acontece com tanta frequência nos cursos a distância.

As videoconferências também apresentam algumas vantagens se comparadas às aulas presenciais. Além de permitir o uso de mais recursos multimídia (como gráficos interativos, animações que se sobrepõem à tela e hiperlinks), elas podem ser facilmente gravadas e disponibilizadas posteriormente como material de estudo. Afinal, como elas já são produzidas e executadas pensando em um transmissão digital, exigem menos edição e adaptação.

Por outro lado, realizar uma videoconferência exige alguns cuidados a mais, principalmente com a tecnologia utilizada. Problemas técnicos e de conectividade em qualquer um dos pontos envolvidos podem prejudicar a participação e, caso ocorram do lado do professor ou palestrante (que nem sempre está sob o controle da instituição), até mesmo inviabilizar o evento. Atrasos decorrentes desses problemas também são muito frequentes.

Para evitar esses problemas, é importante adotar medidas como escolher a solução ideal de videoconferência e sempre conferir o funcionamento do sistema antes de dar início à transmissão.

Além disso, é preciso ficar especialmente atento aos equipamentos de áudio para garantir a qualidade e a compreensão do diálogo. Por melhor que esteja o vídeo, ruídos, interferências e chiados podem tornar a explicação completamente incompreensível.

Ainda, videoconferências longas demais ou com pouca interatividade podem se tornar monótonas e perder rapidamente a atenção dos seus participantes. Como, em muitos casos, o aluno estará participando da aula em sua própria casa, é mais fácil que ele se distraia, seja interrompido ou mesmo desista de acompanhar a conferência.

Foi-se o tempo em que os alunos do ensino a distância só tinham à sua disposição conteúdos prontos e que não atendiam às suas necessidades. Hoje, esses estudantes podem contar com uma diversidade de ferramentas tecnológicas para incrementar seu aprendizado.

Videoaulas, materiais didáticos digitais e atualizados, além de acesso a um sem-número de livros e e-books disponíveis gratuitamente por meio da biblioteca virtual: todos esses recursos permitem aos alunos encontrarem o método de estudo que funciona melhor para eles, contribuindo para um aprendizado completo e ativo.

Além disso, por meio das videoconferências, os alunos do EAD podem ter um contato mais próximo de seus professores, recebendo direcionamentos, solucionando dúvidas e criando relacionamentos que não ficam nada atrás daqueles formados nos cursos presenciais.

Agora que você já conhece as possibilidades do ensino a distância e entende a importância das videoconferências, compartilhe essas informações com seus amigos divulgando este conteúdo nas suas redes sociais!

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